terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Leia reportagem da Folha de São Paulo sobre a Bicicloteca

 Foi em uma vitrine que Robson César Correia de Mendonça se deparou com a maior dor de sua vida. Vagando pelas ruas de São Paulo, deteve-se por um momento em frente a uma loja para assistir na TV ao noticiário que falava de um acidente, na estrada para Juazeiro do Norte (CE). Uma família gaúcha dizimada. A sua.Dois anos antes, ele deixara em sua cidade natal, Alegrete (RS), onde era pecuarista, para tentar construir uma história na metrópole paulista. A mulher e os dois filhos -um casal- viriam depois, quando já estivesse devidamente instalado. Carregara consigo uma quantia que hoje equivaleria a cerca de R$ 200 mil, provenientes da venda de uma propriedade e alguns animais, e o propósito de estabelecer um negócio próprio -"comprar um prediozinho, montar um restaurante, começar uma vida nova".
Logo que desembarcou no Terminal Rodoviário do Tietê, há 12 anos, Robson, então com 50 anos de idade, diz ter sido vítima de um sequestro. "Da rodoviária, vendo todo o dinheiro que eu tinha, eles me levaram até o vale do Anhangabaú, onde fizeram um documento falso de aposentado por invalidez, usado para sacar mais no banco."
Destituído de qualquer pertence, passou a perambular pelo centro da cidade e a dormir na praça da Sé. Desorientado, não conseguiu mais contato com a família. "Tentei entrar na Câmara [Municipal de São Paulo] para dar um telefonema, mas fui proibido por ser morador de rua."
Foi levado para um albergue em Santo Amaro, na zona sul, do qual retornou para a região da praça da República para vender picolés e procurar a quadrilha que o havia sequestrado. Ele a descobriu, mas "ficou no dito pelo não dito, eles não foram presos nem nada".
Ao tomar conhecimento do acidente, que interrompeu o sonho de sua mulher de conhecer a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, entrou em depressão. Para fugir da "loucura total" e da droga e em busca de alguma dignidade para os moradores de rua, que via serem tratados "como bichos", conta que se apegou à leitura.
REVOLUÇÃO DOS BICHOS
Marcou-o especialmente o livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, que encontrou em uma minibiblioteca de um albergue no Brás. O título da obra chamou a sua atenção. "Comecei a pensar que, se os animais são capazes de mudar suas vidas, por que nós, que somos animais racionais, não podemos mudar?".
Em 2000, criou, com alguns companheiros, o Movimento de Pessoas em Situação de Rua, para defender os interesses dessa população. "Brigar" na Assembleia Legislativa e no Ministério Público fazia parte de suas atribuições. Nessa época, sustentava-se com a venda de materiais reciclados. "Quando comecei a viver totalmente do movimento, só tomava café de manhã e comia à noite, mas nem sempre", lembra.
A comunhão com as letras se dava principalmente na biblioteca Mário de Andrade, na região central. Assíduo frequentador da instituição e sabido por seu caráter engajado -a essa altura, já tomava parte de ações de inclusão social da Agenda 21-, foi convidado para plantar uma árvore nos jardins do lugar.
BIBLIOTECA ITINERANTE
Nesse dia, sua trajetória se cruzou com a do empreendedor Lincoln Paiva, dono de uma consultoria voltada para projetos de mobilidade urbana, a Green Mobility. Paiva enxergou no desejo de Robson de "contaminar" outros moradores de rua com a literatura a possibilidade de desenvolver uma ação social.Robson diz que o livro que mais o marcou foi "A Revolução dos Bichos", de George Orwell. "Comecei a pensar que, se os animais são capazes de mudar suas vidas, por que nós, que somos animais racionais, não podemos mudar?"
Robson comentou com Paiva que, se pudesse, levaria livros pelas ruas para que as pessoas com acesso restrito a eles também pudessem descobrir novas motivações através das páginas - e sem sofrer preconceito. "Na biblioteca Mário de Andrade, as pessoas mudavam de mesa quando eu me sentava", recorda.
Se pudesse, disse a Paiva, carregaria os volumes em um carrinho de mão e os distribuiria para os habitantes das ruas. Paiva, um voraz fabricante de ideias -não é à toa que, por muitos anos, foi um conceituado profissional do mercado publicitário-, concluiu que a mensagem estava ali, mas o meio -de transporte, no caso- poderia ser aprimorado. Nasceu então o projeto da bicicloteca.
A partir do conceito de biblioteca itinerante, foi desenhado e construído um triciclo com um baú acoplado, com capacidade para 300 volumes. O objetivo era emprestá-los a qualquer pessoa -e não só a quem vivesse nas ruas- que se interessasse em lê-los, sem burocracia e sem que precisassem ser devolvidos. Robson seria o condutor do veículo e do projeto.
Depois de circular por três meses, a primeira bicicloteca foi roubada por um viciado em crack. Robson vivia assim outra grande dor, mas, dessa vez, havia muito o que fazer. Ele passou uma noite em claro na busca de pistas que o levassem ao paradeiro do triciclo. A investigação foi parar nas redes sociais; um vídeo da saga, produzido por Paiva, foi visto por mais de 100 mil pessoas na internet. A mídia se interessou pelo tema, que foi assunto até na BBC e no jornal francês Le Monde.
A bicicloteca foi recuperada. O projeto atraiu empresas que financiaram um modelo elétrico, com acesso à internet e placa solar. No último ano, foram emprestados 107 mil livros, 60% deles para pessoas em situação de rua, 20% para estudantes e 20% para a população em geral.
Em um final de semana de cada mês, Robson e Lincoln organizam, com a bicicloteca, um passeio gratuito por pontos do centro de São Paulo que representam episódios significativos da história literária brasileira. Integram o itinerário, por exemplo, o local em que nasceu Álvares de Azevedo, a biblioteca onde Euclides da Cunha fez a primeira leitura de "Os Sertões" e um prédio em que morou Monteiro Lobato.
Há quatro anos Robson mora em uma pensão. Luta por sua causa e contra um câncer que levou boa parte de um de seus pulmões. Seu trabalho de disseminar a cultura é patrocinado por um escritório de advocacia. E, não por acaso, diz que hoje é chamado pela polícia de "advogado dos mendigos".
"Eu procurei estudar e aprendi muitas leis, a lei do morador de rua, seus direitos constitucionais. Isso me ajudou a entender o ser humano que está na rua, tanto que, quando prendi o cara que me roubou a primeira bicicloteca, disse ao delegado que não o mandasse para um presídio, mas que o internasse para tratamento contra o vício em droga."
Em defesa da ideia de que morador de rua não é bicho, Robson fez sua própria revolução -uma espécie de vitrine para que outras vidas enxerguem novas chances de dizimar suas dores.    -                             EDSON VALENTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
01/11/2012-06h55







quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ai vão as ganhadoras do último Historias da Minha Vida


 Agradeço o Espaço  Bela Vista e todos os seus colaboradores que há oito meses me acolhem com carinho e atenção. Quando estou sem trabalho passo meus dias em meio às atividades que a Tenda oferece. Entre elas, as oficinas literárias que tanto aprecio.Nasci em Campina Grande, à segunda cidade mais populosa do estado de Paraíba, considerada um dos principais polos industriais e tecnológicos da Região Nordeste do Brasil.
Lá havia condições de trabalho, mas a cidade de São Paulo sempre foi um sonho. Todas as praças, sem conhecê-las, estavam desenhadas em meus pensamentos e para a minha felicidade, quando aqui cheguei, não eram diferentes.
Há um ano deixei minha cidade natal, meus familiares e amigos na expectativa de realizar meus sonhos, os quais dependiam de oportunidades. Infelizmente o rumo das coisas não foi o esperado e,por isso, deparei-me com dificuldades financeiras, consequentemente de moradia e alimentação.
Antes desse período nunca estive nas ruas, julgava que todos que nelas viviam eram marginais. Hoje sei que minhas interpretações não correspondem com a realidade. Que os motivos que conduzem alguém a essa situação são os mais variados. Sou uma prova viva disso.
Tive certa dificuldade em me acostumar ao cotidiano da rua, procurei por albergues, principalmente nas noites frias, pois neles recebia comida, troca de roupa e cama para dormir.
 Poderia ter voltado a minha cidade, no entanto, meu amor por São Paulo, ainda que em situação de risco, me fez ficar. Afinal, aqui fixei meus sonhos e ideais. É aqui que pretendo construir minha vida e um dia, eu sei, voltarei vitorioso para o seio da minha família. Mas apenas para visitá-los e, quem sabe, trazê-los para conhecer essa linda cidade da qual tenho tanto orgulho.
 Em retribuição ao carinho com que fui recebido, não consumo drogas e nem bebidas alcoólicas e sempre que posso tento passar ao meu semelhante à Esperança Divina.
Carrego Deus em meu coração. Caminho com Ele como meu melhor amigo. Sei que Ele guarda o meu tesouro até o dia apropriado de me entregar. Essa minha fé, força e determinação fazem com que eu caminhe em busca dos meus objetivos. Luto diariamente para não me envolver em nada ilícito. Sou incansável na luta por dias melhores.
 Sempre aproveito oportunidades de fazer pequenos serviços, o que garante as despesas com alimentação. Assim, ando de cabeça erguida. Só gostaria que a sociedade me reconhecesse como ser humano que sou.
Apesar da minha situação de rua, agradeço sempre a Deus por mais um dia de vida e pela esperança que germina em meu coração. Ainda que eu tenha que pagar um preço por repetidos esforços e por uma longa paciência, jamais desistirei.
Essa luta constante, desperta em mim o pressentimento de dias melhores.


Diana Silva Guerreira 30 anos.

Sai de Minas Gerais no dia 01 de junho de 2012. Deixei para trás meus dois filhos aos cuidados da minha mãe. Por indicação do meu primo, no dia seguinte comecei a trabalhar nas Lojas Marisa, ocupando um cargo como vendedora interna. Entre a pouca bagagem um valor correspondente para as despesas de moradia e alimentação até receber meu primeiro salário.
 Aconteceu que no segundo dia de trabalho passei muito mal. As dores refletidas no útero e ovário não me davam condições de andar e mal conseguia respirar. Fui conduzida em estado de emergência ao hospital.
Após ser examinada constatou que eu estava grávida. Eu nem sabia! O feto já sem viva estava alojado em uma das trompas, ou seja, fora do útero. Foi uma experiência horrível! Além da cirurgia tive de lidar
com a perda do meu bebe.
De alta do hospital, ainda não tinha moradia e meu primo trabalhava como caminhoneiro e estava na estrada, portanto não tinha quem cuidasse de mim, por isso fui conduzida para Espaço Alcântara Machado, em seguida, Graças a Deus, para o Espaço Bela Vista, onde estou até hoje.
Em 30 de junho, fui submetida à outra cirurgia, em consequência dos pontos que inflamaram internamente.
Nesse espaço de tempo, conheci Roberto. Ele estava drogado, sujo e totalmente eufórico com a vitória do Corinthians. Ele me pediu em namoro, aceitei e estamos juntos até hoje.
Os primeiros dias de relacionamento foram difíceis. Sujeitei-me a dormir na rua, coisa que até então nunca fizera. Mas não aceitava o envolvimento dele com as drogas, bem como, com as más companhias. Acreditava, que se nosso amor fosse verdadeiro, poderíamos entrar num acordo. Acreditava que Roberto poderia deixar as drogas. E com muita paciência, carinho e amor ele deixou. Em seguida, saiu das ruas e das más companhias. Hoje dormimos num albergue.
Roberto trabalha registrado. Não medi esforços e em breve também estarei trabalhando. Temos planos para o futuro. Um deles é trazer meus filhos para morar conosco. Sei que pode parecer meio estranho e até duvidoso, uma moça de boa conduta, deixar sua família, seus filhos numa cidade e se tornar moradora de rua em outra. Mas foi o que aconteceu comigo. E não posso passar os minutos, as horas, os dias reclamando e chorando pelos cantos. Afinal eu sou feliz! Tá certo que nunca pensei em levar essa vida, tampouco namorar um morador de rua. Mas a vida é tão cheia de surpresas e desafios, né? Poxa, sou feliz de verdade!
E se nesse caminhar, as lágrimas fugirem dos meus olhos, sorrirei para dentro de mi mesma. Sorrirei mesmo nos momentos de profunda tristeza, porque a esperança, a fé e a determinação fazem toda a diferença. Agradeço a Deus por passar por esses caminhos e hoje saber dar valor a cada minuto da minha existência. Não sei o que lá na frente me espera. Mas sei a onde quero chegar e sei o meu valor, e sei o tamanho da minha fé.


Roberto Alves da Silva
Nasci e fui criado na Cidade de São Paulo. Meu pai era alcoólatra e por conta da bebida constantemente me espancava. Minha mãe por opressão consentia. Aos treze anos, não suportei mais tanta violência, sai de casa.
Sem destino, cheguei à Praça da Sé. Logo fiz amigos, com eles
percorrei vários locais do Centro. Um ano depois conheci um senhor que foi o pai que nunca tive. Com ele aprendi vários ofícios, também a sobreviver nas ruas. Ao seu lado, num relacionamento de pai e filho permaneci até meus vinte e nove anos. Nesse período casei e tive quatro filhos, também me envolvi com o crime e com as drogas. No ano em que completei vinte e nove anos fui preso. Dois anos depois fugi. Em dois meses fui pego em fragrante, baleado e de volta ao sistema carcerário. Seis meses depois nova fuga.
Durante oito anos permaneci foragido na cidade de São Paulo. Consegui trabalho. Logo montei uma micro empreiteira. Com os lucros comprei uma Kit Net no Largo do Arouche, tempos depois abri sociedade numa garagem no prédio em que residia. Infelizmente com o tempo o fluxo de veículos foi caindo, automaticamente as despesas pesaram e logo veio à falência.
Sem rendimentos para manter a estrutura familiar procurei por um amigo de anos, que me propôs trabalho como vendedor ambulante nos faróis próximo ao Mercado Municipal. Várias vezes as mercadorias foram apreendidas pelo “Rapa”, ficando cada vez mais difícil arcas com os prejuízos. Em uma dessas apreensões fui recapturado pelo GOE.
No dia oito de novembro de 2011 terminei de cumprir a pena. Ao sair, não pude voltar para a casa, porque na ocasião da falência do estacionamento me separei e minha ex esposa com meus filhos ficaram no imóvel. Meu destino? Rua!
Vaguei por ruas e mais ruas até me deparar com o acampamento do Ocupa
Sampa, onde permaneci por vinte e oito dias. Em seguida procurei o
Serviço Social do Espaço Bela Vista, que me ajudou com alimentação e albergue.
Dentro do Espaço Bela Vista, conheci o pessoal da Atenção Urbana –Apoio Mútuo. Através deles veio a ressocialização. A partir daí, consegui pequenos trabalhos e uma vaga no Hotel Social. Logo um emprego fixo, com carteira assinada.
Nessa empresa, ocupava o cargo de Controlador. Cumpria a jornada de trabalho com responsabilidades e afinco, ainda assim, quando descobriram que eu era um Ex- presidiário me demitiram. Junto com a demissão a noticia de que a minha vaga no Hotel Social expirava.Voltei para as ruas.
A partir daí, meus dias são divididos entre pequenos trabalhos com a permanência na Tenda Bela Vista. Graças a Deus consegui uma ocupação na Rua da Consolação, 1813, onde posso permanecer ate 05 de maio de
2013. Agora com endereço fixo, tenho mais oportunidades de arrumar para reiniciar minha vida.
Se eu ganhar o premio dedicarei a População de Rua, por todo o sofrimento e discriminação social que passam.

Laura.........
Há três anos decidi vender meus imóveis. Depositei o dinheiro no banco e fui conhecer algumas cidades brasileiras e do exterior. Vivi
experiências maravilhosas, em lugares maravilhosos ao lado de pessoas maravilhosas. Quando minha conta ficou praticamente zerada, percebi que era hora de voltar.
De volta ao Brasil fraturei o fêmur, o que me levou à cirurgia e
também à invalidez. De alta do hospital e sem moradia fui encaminhada para um albergue, onde pude recuperar parte dos movimentos. Os parentes? Tenho dois filhos, um com residência em Mato Grosso do Sul e o outro no Paraná. Os contatos segundo a assistência social do hospital, por descuido, foram jogados fora na ocasião da arrumação do quarto. E por mais que eu tenha tentado não consegui lembrar. Minha mente apagou tudo!
Fiquei nesse albergue até vencer o prazo de estadia e depois fui encaminha a outro. Porém, por ignorância da minha parte, discuti com a enfermeira e fui expulsa, quando então vim para a Tenda Bela Vista. Aqui passo os dias em meio às atividades e a noite sou conduzida para o albergue da Alcântara Machado. Dia após dia, essa é a minha rotina. Jamais pensei e quis me conduzir a essa vida. Parece um Pesadelo! Não consigo uma vaga fixa e nem meus benefícios do INSS por ser portadora de deficiência. Com isso, passo meus dias sentada dentro da minha tristeza e da dificuldade de locomoção. Se eu tivesse plena forma física estaria trabalhando. Este tempo na rua não me trouxe nada de bom. Cada vez mais revolta e solidão Sinto falta da pessoa ativa que eu era, dos parentes e amigos. Sinto vergonha do que sou hoje. Tanta vergonha que receio encontrar algum conhecido que acompanhou minha vida e me veja nessas condições.
Mas tenho fé que vou conseguir tirar meu registro de nascimento para poder dar entrada nos meus benefícios. Daí então, alugar um quarto, quem sabe, pegar encomendas de doces e salgados. Já trabalhei como cozinheira em bares, lanchonetes e restaurantes,
Tenho muita fé em Deus que conseguirei, pois só assim poderei sair dessa vida.




Adriano Pereira.....    
Aos doze anos peguei dinheiro da carteira do meu avô para comprar
doce. Até então nunca havia praticado nenhum delito, ainda que pudesse ser classificado como coisas de criança. Foi uma sensação de euforia, adrenalina. Logo se transformou num transtorno compulsivo.
Aos dezessete anos, quando meu avô faleceu, comecei a ser pressionado pelos meus familiares, então arrumei minhas malas e sai para as ruas. Exatamente para a Praça da República. Sem experiências.Totalmente inocente.
Na Praça da república me envolvi com o submundo da noite.
Fui preso por furto, assalto e tráfico de drogas. Foram oito anos
retidos. Ao sair me casei e tive dois filhos. Tive também a
oportunidade de um trabalho digno, que abracei com fervor. Só quem  argem disso eu fazia uso das drogas. Vicio que adquiri na prisão.
Senti que se eu continuasse com o vício perderia meu emprego. A necessidade de manter minha família com uma vida digna
falou mais alto e sem nenhuma ajuda consegui me libertar das drogas.
Cinco anos depois, infelizmente tive uma recaída.
A empresa ao descobrir me afastou para um tratamento.
Fiquei cinco meses internado. Ao sair, outra recaída. Dessa vez vendi
tudo o que possuía para alimentar meu vicio. Assustador, né?
Diante disso, minha esposa me expulsou de casa, na condição de uma volta somente quando eu estiver totalmente “limpo”.
Agora estou em situação de rua, porque o beneficio que recebo como
ajuda doença vai para a minha esposa e filhos. Aliás, ela está com o meu cartão do INSS.
Sem vaga fixa em albergue, passo o dia na Tenda bela Vista e durmo em qualquer lugar que haja vaga. Também frequento diariamente
o CAPS AD, onde faço acompanhamento. Mas na verdade, uma nova maneira de viver encontrei no livro Narcóticos Anônimos (famoso livro azul).Pretendo minha total recuperação. Acordo todas as manhãs, olho no espelho e digo a mim mesmo que sou dependente químico e q não posso e não vou usar drogas nesse dia, bem como, evitar lugares e pessoas que fazem uso. E isso é difícil. Mas digo não.
Depois de recuperado voltarei para a minha família, meu trabalho e para uma vida saudável.



Mendigo de Curitiba faz sucesso no Facebook

Foto: Reprodução/ Facebook

Uma foto postada no Facebook da radialista Indy Zanardo viralizou no Facebook e já tem mais de 10 mil compartilhamentos. Conforme o post, ela foi abordada por um morador de rua em Curitiba, no Paraná. Segue abaixo o texto, retirado do Facebook da radialista:
"Este rapaz chegou ate mim nas ruas de Curitiba e me pediu se eu poderia tirar uma foto dele e eu perguntei para que , ele me respondeu : Para colocar na "radio" quem sabe eu fico famoso :) ... Na "radio" eu não posso por mas aqui no mural do meu Facebook sim, e ele sera famoso entre meus amigos..." (sic)
A repercussão foi enorme. Algumas das moças que comentaram no post da radialista disseram que ele é tão bonito que deve ser campanha de marketing viral de alguma empresa ou de alguma ONG. Mas também nos faz pensar sobre a busca por visibilidade dessas pessoas em condições difíceis dos moradores de rua. O que você acha? 

OS VENCEDORES DO XII CONCURSO HISTÓRIA DE MINHA VIDA.

 O Sr. Edison da Silva Pereira, foi o ganhador do 1º lugar do concurso o qual ganhou: Trofeu, Medalha e Certificado. Com uma história que comoveu o jurado e os demais presentes, o mesmo é mais um dos que vivem em busca do resgate de sua dignidade e por este motivo usa o espaço da tenda Bela Vista em busca de uma oportunidade, para melhorar sua vida e deixar a peregrinação nas rua de São Paulo.
O Sr. Adriano Pereira, ficou com o 3º lugar, ganhando: Medalha e Certificado, ele também busca o resgate de sua auto estima já que não consegue uma vaga fixa em um albergue e tem que passar no serviço social tal de pernoites quando  consegue e assim tem que lutar nas noites para não consumir drogas que lhes são ofertadas nas ruas de uma cidade onde a politica é feita de mentiras.
A Srª Diana Silva Pereira foi a felizarda que tirou o 2º lugar com sua história de superação de 2 casamentos fracassado e apos ter se apaixonada por um morador de rua, seu amor fez com que ele saise das drogas e esta pronta a deixa a rua.


Esta é a hora mais difícil para o jurado que é dar a nota e assim eleger os ganhadores de mais um concurso, pois quem participa e ouve os relatos de cada uma das história contada sabe que não é fácil jugar a melhor, pós todas são histórias reais e é a vida de cada um que esta sendo resposta naquele mal mento, e a Srª Dina, Srª Nina que já são juradas em mais de 10 concursos, sabem muito bem disso. Por isso agradecemos a todos os jurados, o casal que vinheram para assistir e acabaram como jurados, o Sr. Max gerente da tenda, ao serviço social, funcionários e usuários da tenda Bela Vista.
   












segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ESCLARECENDO DUVIDAS SOBRE A BICICLOTECA

O projeto da "BICICLOTECA", surgiu quando eu, Robson Mendonça, fui morar nas ruas de São Paulo. Tive enorme nescecidade de aperfeiçoar meus conhecimentos, pois não sabia escrever direito, e ao entrar em uma biblioteca para ler, as pessoas se levantavam da mesa, porque não queria esta  sentado com um morador de rua, e ao tentar retirar um livro para ler, não podia por não ter comprovante de endereço. Por causa situação que eu e alguns milhares vivem cotidianamente, resolvi criar o projeto que levou 10 anos para que o que mesmo fosse colocado em pratica.

O Sr. Lincon Paiva me ouviu  falar do projeto para o Sec. do Verde e Meio Ambiente,  Eduardo Jorge. Lincon solicitou o projeto e em 20 dias disse-me que estaria doando a minha primeira Bicicloteca, o que fez no dia do escritor na Biblioteca Mario de Andrade. Assim este projeto social que é de toda a população esta ganhando a dimensão que ele mereçe. A BICICLOTECA SE TORNA UM SONHO REAL, E COMO A REVOLUÇÃO DOS BICHOS, ENCANTA A TODOS.

sábado, 13 de outubro de 2012

AGRADECIMENTO AOS COLABORADORES E AMIGOS DA BICICLOTECA


O presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo e criador do projeto Bicicloteca, vem agradecer a todos que ajudaram através do Site: www.http://catarse.me/pt , para que possamos melhor atender os usuários e também melhor condicionar os livros que as abastece, como os que ficaram expostos no escritório.  Estamos aqui nominando os colaboradores que contribuíram para o susseço de nossa campanha. Duranbah  2º Apoiador anônimo 3º Sandra Petrelli  4º Renata AmaralJoão BrásFrancine

UM shopping DIFERENTE

As pessoas em situação de rua sempre larga na frente em criatividade, poe isso eu falo que o maior inventor é o morador d rua, pois a sua nescidade faz com que ele sempre acabe criando coisas novas e ajudando o meio ambiente.
Estere morador de rua é uma prova como progredir sem gastar muito e com criatividade, vendendo de todo em sua carroça na Praça da Sé.
Parabéns aos inventores que criam de acordo a sua nescidade sem danificar o meio ambiente, mesmo sendo perseguido pelo poder público.   

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

XII CONCURSO HISTÓRIA DE MINHA VIDA

Participe de mais este concurso, "HISTÓRIA DE MINHA VIDA", É uma maneira da pessoa que esta em estado de Vulnerabilidade social, mostrar
a maneira mais fácil para mudar este quadro em que 
só se pensa em Assistencialismo e não em solução.
 

NOTA DE FALECIMENTO

O Sr. MI, como erá conhecido, foi encontrado.
O seu corpo estava no NECROTÉRIO desde o dia anterior ao seu desaparecimento, e logo opais a divulgação do seu desaparecimento no nosso blog, a família recebeu a triste noticio.
Queremos aqui expressar nossos votos de cicero pesar por este trágico mal-mento que esta passando a família. Receba nosso votos de pesar, com a certeza de que Deus esta cuidado dele e olhando pela família. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

DESAPARECIDO

Procura-se, desapareceu no dia 10/08/2012
Atende pelo nome de Mi, é deficiente intelectual.
Por favor, qualquer noticia ligue para:
Cel.: (11) 8057*6301 Nete
Cel: (11) 8267*6440 Lucimara


terça-feira, 18 de setembro de 2012

VAMOS AJUDAR O CENTRO CULTURAL DA BICICLOTECA


Venho solicitar sua ajuda para realizar o complemento do sonho de um ex-morador de rua, que é o local do acervo e ponto de leitura para a população de rua. O espaço já temos só falta adequá-lo para este fins.
www.catarse.me   Centro Cultural Bicicloteca.
A Bicicloteca é uma Biblioteca itinerante que leva cultura para pessoas em situação de rua no centro de São Paulo, no última ano 107.000 livros foram emprestados e a Bicicloteca recebeu 40.000 livros em doações. Hoje possuímos 3 Biciclotecas em operação e mais 4 Biciclotecas começam a operar no centro de São Paulo nos próximos dias. A Bicicloteca é um projeto gratuito e voluntário, além de levar livros para comunidade sem acesso a leitura também tem internet e cursos de alfabetização digital gratuitos. Neste último mês conseguimos um espaço maior para acomodar o acervo com 40.000 livros, mas precisamos reformar e comprar armários, por isso precisamos da sua ajuda, os recursos captados aqui no Catarse serão utilizados na reforma e compra de armários, desta forma as pessoas também poderão acessar o acervo da Bicicloteca no nosso novo centro cultural.
Para conhecer os projeto Bicicloteca entre no site: http://www.bicicloteca.com.br
Para fazer parte do nosso face http://www.facebook.com/bicicloteca

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

PORTO ADVOGADOS - OS PARCEIROS DE 10 BICICLOTECAS

O escritório de advocacia PORTO ADVOGADOS, que doaram 10 biciclotecas, tem mostrado sua luta na inclusão social, pois sabemos de muitos que só falam que estão preocupados com as questões sociais, mais no entanto nada fazem, já os que de fato se proponham a melhorar a vida dos menos favorecidos não fala e sim faz. Muito obrigado em nome dos moradores de rua da cidade que etão vendo sua vida melhorar através da cultura que as biciclotecas doadas pelo Porto Advogados vem levando para eles.

PALESTRAS SOBRE A BICICLOTECA E VIDA DAS RUAS

O presidente Sr. Robson Mendonça, sempre é convidado para dar palestras sobre sua história de vida e como começou a sua luta e a história da bicicloteca, ele tem dado palestras em escolas, igrejas, faculdades, brejos, universidades, bienais, quarteis e empresas, já esta com palestras marcadas até fevereiro de 2013. Vem cobrando as palestras por motivo das despesas com a manutenção com o escritório e com a bicicloteca, alem das suas despesas pessoais, por isso solicita que quiser uma palestra, ver vaga na agenda, pelo fone (11) 98844-1230 ou pelo e-mail: situacaoderua@yahoo.com.br para melhor esclarecimento.

domingo, 16 de setembro de 2012

XII CONCURSO HISTÓRIA DE MINHA VIDA

O Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo promovera no dia: 17 de Outubro o 17º Concurso de História de Minha Vida, que será realizado das 14h00 as 16h00 na Tenda Bela Vista.
A premiação será: 1º lugar Trofeu, medalha e Certificado 2º lugar, Medalha e Certificado, 3º lugar, Certificado, os demais receberão um premio consolação. O objetivo deste concurso é que os participantes contem sua história como porque foi parar na rua e oque ele acha que deve ser feito para sair desta situação. São em duas modalidade. 1ª História da qual ele pode por o mone verdadeiro. 2ª Ele cria um nome fcticio para sua história, ficando assim no anonimato. Por isso as categorias: Real e Ficção. Quem pode participar? Moradores de rua, Albergados, Moradores de Hotes Sociais, Moradia Provisorias e Ocupações. Não tem limite de idade. As fichas estarão nos locais de frequência destas comunidades parti do dia: 19 de Setembro. NÃO PERCAM.

sábado, 15 de setembro de 2012

NEM O DEMÔNIO ACEITA O QUE ELE FAZ













Mais higienismo: Kassab diz que remoção de moradores de rua é para proteger patrimônio
ARTUR RODRIGUES
JULIANA DEODORO
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse nesta terça-feira que a retirada dos moradores de rua da frente da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, região central da cidade, era para a liberação do espaço público e preservação do patrimônio. Ele negou que se trata de um projeto voltado especificamente a retirar essa população do centro da cidade e afirmou que não houve truculência na ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
“O objetivo não são os moradores de rua, que merecem nossa solidariedade. A ação era em relação a poder recuperar o espaço público que estava ocupado indevidamente, trazendo risco para a manutenção de um patrimônio tombado”, disse. Segundo o prefeito, ações parecidas podem acontecer quando houver “qualquer cidadão que esteja transgredindo a norma básica de dar direito a outros transitarem”.
O secretário municipal de Segurança Urbana, Edsom Ortega, garantiu que não há situação parecida na cidade. Segundo ele, o patrimônio público estava sofrendo vandalismo. “Havia pichação, pessoas apoiando acampamento na parede, amarrando as barracas e cobertores, fazendo as necessidades fisiológica ali”, disse.
No segundo dia desde a desocupação da calçada na frente da Faculdade de Direito, os moradores de rua ainda estavam na região. Proibidos de ficar nas imediações do prédio, eles transferiram seus cobertores, papelões e barracas para as calçadas das ruas Benjamin Constant e Senador Feijó.
“Estão transferindo a gente. Não podemos ficar na frente do prédio, onde é mais seguro, mas aqui eles deixam”, disse o morador de rua André Elias, de 27 anos.
Para o diretor-geral do Centro Acadêmico XI de Agosto, Alexandre Ferreira, a alegação de que o patrimônio estava sendo danificado foi um pretexto. “Para proteger o que é público, se esquece que existe o patrimônio daquela pessoa que está ali. Essa ação é um sintoma de que algumas coisas estão erradas.” Outro aluno que preferiu não se identificar disse que havia gostado do resultado da ação. “Era impossível passar por aqui à noite, mas sei que os resultados são momentâneos.”
Pela manhã, além das cinco viaturas e 14 guardas da GCM que protegiam o prédio, dois veículos da Secretaria Municipal de Assistência Social estiveram no local para levar os interessados a albergues. Só dois aceitaram, segundo a secretaria.
 Texto de Jornal da Tarde, disponível em Maria da Penha Neles!
É todos os olhares estão voltados para a faculdade. mais a coisa não se restringe ai não. em frente ao terminal Pedro segundo por exemplo,aquela área gradeada onde o pessoal vivia improvisando barracas de lonas e plásticos e papelão,foram todas removidas. o pessoal foi espirrado de lá e no lugar ficam plantadas 2 viaturas. Nem  na grama direto,mesmo sem as barracas,o pessoal não pode dormir.
Nos arredores da parte que compreende o cata-vento e os entoirnos da estação do metrô, os enquadramentos intensificaram com abordagens policial,esteja a pessoa fazendo algo de errado ou não. Foi adotada lei de vadiagem,operação sufoco se expandindo. acordar, revistar,aborrecer quem mora na rua, essa é a lei.
O prefeito Gilberto Kassab  e o Segurança Urbana, Edsom Ortega, são dois FACISTAS e os maiores violadores dos direitos Humanos, espero que o MP e a Defensoria tomem medidas urgentes contra este crime brutal que esta sendo praticado, que para retirar as pessoas lhes seja oferecido um lugar digno para ficar, se realmente quer preservar e manter os espaços públicos temos vários na cidade que não tem morador de rua e estão de pedrados e sem conservação, isso é mais um,a inverdade dita por esta corja de fascistas.
O MOVIMENTO ESTADUAL CONDENA AÇÃO PALIATIVA E COVARDE.

ESTA É A TURMA NOTA 1000 DE ARARAQUARA

Cem medir esforço no dia 21 de Abril 2011, a turma da Casa transitória se fez presente no 4º Encontro Cultura e Cidadania da População de Rua de São Paulo, por isso agradecemos a bela apresentação TEATRAL que eles apresentaram e também por ter interagido com a população do centro de São Paulo. O Movimento Estadual e a população gradeasse. 


LEVANDO INFORMAÇÃO SOBRE OS DIREITOS
COMO OBTER INFORMAÇÕES?
Endereço do escritório: Rua Jose Bonifácio, 395 – loja 10 – Centro – SP Fone (11) 98844-1230 – Presidente: Robson Mendonça – Educador: Nicholas Ciandrini – Voluntários:
Rafael Henrique Brasil Laurenciano e Wesley Rodrigues Souza. Assistente Social: Lia Regina Paz.

VISITE NOSSO BLOG E SITEmovimentosituacaoderua.blogspot.com.br      WWW.bicicloteca.com.br  - E-mail: situacaoderua@yahoo.com.br São Paulo é o único Estado brasileiro, em que a População de Rua tem uma Lei que nunca foi cumprida, a 12.316/97. Decreto: 40.232/01
Dispõe sobre a obrigatoriedade do poder público municipal a prestar atendimento à população de rua na Cidade de São Paulo.
(Projeto de Lei n. 207/94, da Vereadora Aldaíza Sposati)
Nelo Rodolfo, Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, faz saber que a Câmara Municipal de São Paulo, de acordo com o § 7º do artigo 42 da Lei Orgânica do Município de São Paulo, promulga a seguinte Lei:
Art. 1º O poder público municipal deve manter na Cidade de São Paulo serviços e programas de atenção à população de rua garantindo padrões éticos de dignidade e não violência na concretização de mínimos sociais e dos direitos de cidadania a esse segmento social de acordo com a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município de São Paulo e a Lei Federal n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (LOAS):
I - a atenção de que trata o "caput" desse artigo exige a instalação e a manutenção com padrões de qualidade de uma rede de serviços e de programas de caráter público direcionados à população de rua que incluam desde ações emergenciais, a atenções de caráter promocional em regime permanente;
II - a ação municipal deve ter caráter intersetorial de modo a garantir a unidade da política de trabalho dos vários órgãos municipais;
III - a população de rua referida neste artigo inclui homens, mulheres e crianças acompanhadas de suas famílias.
Art. 2º Os serviços e programas direcionados à população de rua de que trata esta Lei serão operados através de rede municipal e/ou por contratos e convênios de prestação de serviços com associações civis de assistência social.
§ 1º O convênio entre associações civis sem fins lucrativos e a rede governamental tem como característica a complementariedade na prestação de serviços à população e o caráter público do atendimento.
§ 2º O funcionamento dos serviços e programas aludidos no artigo 4º da presente Lei implica em múltiplas formas de parceria entre o poder público municipal e as associações civis sem fins lucrativos possibilitando o uso de áreas, equipamentos, instalações, serviços e pessoal em forma complementar para melhor efetivar a política de atenção à população de rua.
Art. 3º A atenção à população de rua deve observar os seguintes princípios:
I - o respeito e a garantia à dignidade de todo e qualquer ser humano;
II - o direito da pessoa a ter um espaço para se localizar e referir na cidade, para ter um mínimo de privacidade como condição inerente à sua sobrevivência, existência e cidadania;
III - a garantia da supressão de todo e qualquer ato violento e de comprovação vexatória de necessidade;
IV - a não discriminação no acesso a quaisquer bens e serviços, principalmente os referentes à saúde, não sendo permitido tratamento degradante ou humilhante;
V - subordinar a dinâmica do serviço e garantia da unidade familiar;
VI - o direito do cidadão de restabelecer sua dignidade, autonomia, bem como sua convivência comunitária;
VII - o exercício cidadão de participação da população, por meio de organizações representativas, na proposição, e no controle das ações que lhes dizem respeito;
VIII - garantir a capacitação e o treinamento dos recursos humanos que operam a política de atendimento à população de rua.
Art. 4º A política de atendimento à população de rua compreende a implantação e manutenção pelo poder público municipal nos distritos da Cidade de São Paulo, dos seguintes serviços e programas com os respectivos padrões de qualidade:
I - Abrigos Emergenciais com provisão de instalações preparadas com recursos humanos e materiais necessários para acolhida e pernoite no período de inverno para população de rua, fornecendo condições de higiene pessoal, alimentação, vestuário, guarda de volumes e serviços de referência na cidade;
II - Albergues com provisão de instalações preparadas com recursos humanos e materiais necessários para acolhida e alojamento de pessoas na cidade em tratamento de saúde, imigrantes recém-chegados, situações de despejo, desabrigo emergencial e mulheres vítimas de violência, com funcionamento permanente fornecendo condições para higiene pessoal, alimentação, guarda de volumes, serviços de documentação e referência na cidade;
III - Centros de serviços com oferta de locais preparados com recursos humanos e materiais para oferecer durante o dia à população de rua alimentação, condições de higiene pessoal, cuidados ambulatoriais básicos, serviços de referência na cidade e estacionamento de "carrinhos", quando for o caso;
IV - Restaurantes Comunitários com provisão de instalações localizadas em locais centrais preparadas com recursos humanos e materiais para oferta de alimentos a baixo custo à população de rua;
V - Casas de Convivência com oferta de espaços preparados com recursos humanos e materiais para promover: convivência, socialização e organização grupal, atividades ocupacionais, educacionais, culturais e de lazer, assim como condições de higiene pessoal, cuidados ambulatoriais básicos, alimentação, guarda de volumes, serviços de documentação e referência na cidade;
VI - Moradias Provisórias com provisão de instalações, próprias ou locadas, com capacidade de uso temporário por até 15 pessoas moradoras de rua e em processo de reinserção social;
VII - Vagas de Abrigo e Recuperação com oferta de vagas em serviços próprios ou conveniados que atendam pessoas moradoras de rua em situação de abandono e: em tratamento de saúde; portadoras de moléstias infecto-contagiosas, inclusive portadoras de HIV; idosos; portadores de doença mental; portadores de deficiência;
VIII - Soluções Habitacionais Definitivas com oferta de alternativas habitacionais que atendam pessoas em processo de reinserção social e incluam auxílio moradia e financiamento de construções em regime de mutirão;
IX - Oficinas, Cooperativas de Trabalho e Comunidades Produtivas com provisão de instalações preparadas com equipamentos, recursos humanos e materiais para: resgate da cidadania através dos direitos básicos de trabalho; capacitação profissional; encaminhamento a empregos; formação de associação e cooperativas de produção e geração de renda e manutenção de projetos agrícolas de desenvolvimento autosustentado que promovam a autonomia e a reinserção social da população de rua;
X - Programas e Projetos Sociais com implantação e manutenção de programas assistenciais e preventivos realizados nas ruas através de educadores capacitados com pedagogia própria ao trabalho com este segmento de sociedade.
Art. 5º O órgão municipal responsável pela coordenação de política de atenção à população de rua deverá manter um fórum para gestão participativa dos programas e serviços que interagem na atenção à população de rua da cidade.
Parágrafo único. Comporão este fórum além das secretarias envolvidas, representação do legislativo municipal, das associações que trabalham com esta população e representantes da população de rua.
Art. 6º O orçamento municipal deverá manter atividade específica com dotação orçamentária própria e compatível com a política de atendimento referida na presente Lei.
Art. 7º O Executivo deverá publicar anualmente no "Diário Oficial" do Município o censo da população de rua de modo a comparar as vagas ofertadas face às necessidades.
Art. 8º O poder público municipal regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias definindo as competências dos vários órgãos municipais respeitados os princípios de ação contidos no artigo 3º, bem como estabelecerá os padrões de qualidade dos serviços e programas especificados no artigo 4º.


EXIJA  SEUS DIREITOS OU NUNCA SERÁ RESPEITADO.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ARARAQUARA TRABALHA PELA INCLUSÃO

Em Araraquara foi feito o censo da População de rua da cidade, que mostrou a realidade desta população: são muitos poucos os migrantes, e  a maioria é da própria cidade, como já acontece na maioria das cidades. Um dos fatores mais preocupantes para quem trabalha com esta população é o consumo do crack, por esta parcela da população que ao perder sua alto-estima se entrega a morte no consumo desta droga devastadora e que as autoridades não estando preparadas para encarar este problema de frente e em muitos casos não querem resolver, tratam os dependentes químicos como bandidos, usando a força policial, o que só faz piorar a situação. Eles precisam é de tratamento médico e não policia.

O resultado do censo foi apresentado as autoridades e publico convidados, no auditório da Prefeitura da cidade, e a Secretaria de Assistência Social, lançou um livro com todo o diagnostico da pesquisa. Também o Mov. Est. entregou ao Ministério Público e a Defensoria Pública denuncia sobre agressões sofia pela população de rua por parte de policias, agressões estas que resultaram are braços quebrados e ameaça de morte.
A equipe da CASA TRANSITÓRIA, estão de parabéns pelo belo trabalho que vem realizando e pela luta em prol da população. A todos da equipe desde o mais alto escalão aos que trabalham na limpeza e conservação, o nosso sincero agradecimento, pós vemos a satisfação de todos que desfrutam do acolhimento feito poe vocês, e principalmente pela conquista do Pop Rua. O Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, esta ao lado de quem faz a diferença no tratamento do resgate social. 


  

terça-feira, 11 de setembro de 2012

BICICLOTECA FAZ UM ANO

 No primeiro aniversario da bicicloteca os amigos do Movimento  Estadual e da bicicloteca, tocaram e cantaram para comemorar a data festiva do projeto que deu certo.

 Por este motivo o idealizador do projeto e presidente do Movimento Sr. Robson Mendonça, agradece a todos que se fizeram presente na Câmara Municipal de São Paulo, para festejar esta data tão importante.

 

  Também agradece ao Presidente da Câmara Vereador Police Neto, vereador Chico Macena e vereador Floriano Pesaro, como também Sr. Linco Paiva do Instituto Mobilidade Verde.